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A Meditação como Ferramenta da Consciência

Entendimento da Consciência no Novo Horizonte Humano

A dicotomia entre consciência e matéria já não ressoa mais na experiência direta do cérebro humano. Nossa realidade permanece constante, mas nossa percepção se transforma a cada instante. Por exemplo, quando ouvimos o canto de um pássaro, o contexto é automaticamente associado à memória, revivendo um arquivo pré-existente em nossa mente. No entanto, na presença direta dessa experiência, o pássaro se revela como uma manifestação única e singular do momento presente.

Transcender o discurso teórico para uma experiência prática é essencial para alcançar um estado de consciência fenomenológica, conhecido como samadhi no Yoga. Qualquer abordagem dicotômica, dualista, ou naturalista apenas obscurece a realidade, distanciando-nos da experiência direta da consciência.

Este é o passo fundamental para a transição de um estado humano limitado para um estado divinamente humano. O novo horizonte do Yoga serve como um guia para essa jornada em direção ao novo horizonte da humanidade.

Ampliando o Conceito de Cura Cognitiva

A compreensão e aplicação prática meditativa como evento fenomenológico da consciência, como delineado no contexto do Yoga, é essencial para a o que definimos como cura cognitiva. A cura cognitiva, como ferramenta de recodificação de impressões e registros distorcidos pela percepção, transcende a mera restauração das funções cognitivas comprometidas (clinicamente); ela abraça a transformação profunda da consciência, ajustando e levando suas funções a uma percepção mais clara e direta da realidade. Nesse sentido, a prática de cura cognitiva como decodificação dos signos semânticos da realidade é fundamental.

A decodificação dos signos semânticos da realidade refere-se à habilidade de discernir além das aparências superficiais e das interpretações condicionadas, para alcançar uma compreensão mais profunda e autêntica da realidade experienciada. Isso envolve a dissolução das camadas de condicionamento mental e emocional que distorcem nossa percepção, permitindo uma experiência direta e sem filtros da consciência pura.

Meditação como Ferramenta para a Decodificação da Realidade

A meditação é a prática mais eficaz para facilitar a decodificação dos signos semânticos da realidade e promover a cura cognitiva. Ao cultivar uma consciência fenomenológica do momento presente, a meditação nos permite observar os padrões de pensamento e as reações emocionais que moldam nossa percepção da realidade. Isso nos capacita a reconhecer e transcender os condicionamentos mentais e emocionais que limitam nossa compreensão da verdadeira natureza das coisas e de nós mesmos.

Durante a meditação, aprendemos a reconhecer os padrões de pensamento condicionados como meros padrões de energia codificadas na mente, sem nos identificarmos com eles. Isso nos permite desidentificar-nos dos pensamentos e emoções passageiras, revelando a consciência pura que subjaz a todas as experiências. Nesse estado de consciência expandida, somos capazes de decodificar os signos semânticos da realidade com clareza e discernimento, alcançando uma compreensão mais profunda e autêntica da verdadeira natureza da existência. É a partir disso que se possibilita o salto para o próximo estágio em nossa própria consciência - como um passo em um degrau acima, a partir do qual observamos os padrões condicionantes nos degraus abaixo. 

Aplicação Prática da Decodificação da Realidade na Cura Cognitiva

Na prática da cura cognitiva, a decodificação da realidade através da meditação pode ser aplicada de várias maneiras. Por exemplo, indivíduos com distorções cognitivos podem utilizar a meditação para desenvolver uma maior consciência de seus padrões de percepção, pensamento e comportamento, permitindo-lhes reconhecer e modificar padrões incoerentes que contribuem para seus sintomas. Em muitos casos, observamos que esses sintomas estão tão enraizados em nossa percepção da realidade que acabam se confundindo com ela. Inicialmente, pode parecer assustador pensar em deixar de lado esses sintomas, pois eles se tornaram uma parte integrante de nossa identidade. Por exemplo, em meio a um estilo de vida agitado e estressante, a meditação pode parecer uma atividade entorpecente, levando à sonolência e falta de energia.

Além disso, a meditação pode ajudar os praticantes a desenvolver uma atitude mais compassiva e não julgadora em relação às suas dificuldades cognitivas, promovendo a aceitação e a autocompaixão como parte do processo de cura. Ao decodificar os signos semânticos da realidade, os praticantes são capacitados a encontrar significado e propósito em suas experiências, promovendo uma sensação de conexão e integração consigo mesmos e com o mundo ao seu redor.

Desse modo, manter um estado de consciência descritiva ou fenomenológica na prática da meditação, como uma ferramenta para decodificar os signos semânticos da realidade, é essencial para a cura cognitiva. Ao cultivar uma consciência fenomenológica e uma experiência direta da realidade, somos capazes de transcender os condicionamentos mentais e emocionais que limitam nossa compreensão da verdadeira natureza das coisas, promovendo uma transformação profunda da consciência e uma cura autêntica e duradoura dissolvendo nossas velhas crenças.

Texto escrito por Jayadvaita

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A Natureza do Eu e a Consciência

Somos feitos de energia, som e luz. Nada mais que isso. Energia que expressa amor. Som que vibra amor. Luz que manifesta amor. Nada mais que isso.

A primeira lembrança que guardamos ao abrimos nossos olhos, ainda no colo materno, foi o brilho dos olhos de nossos pais, que banharam nossa existência com amor em seus olhares, palavras e afeto. Somos feitos disso.

Quantas marcas carregamos em nosso coração e que não são feitas desta mesma natureza matriz? Quantos sentimentos trazemos em nosso coração que contradizem nossa natureza real? Quantos horrores não criamos sobre nós mesmos, nossas vidas e nossos destinos e que não estão alinhados com o que realmente somos?

Toda poeira aglutinada em nossos corpos compõem nossa própria história e nos torna únicos  neste universo. Tivemos inúmeros corpos e passamos por infindáveis experiências para chegarmos onde estamos hoje. O que somos agora. De que valeira olhar trás na tentativa de mudar algo? Nada. De que valeria buscarmos no passado os passos dados e tentarmos mudar tais passos para nos tornarmos quem gostaríamos de ser no presente? Nada.

Nada adiantaria pelo fato de que somos plenamente quem somos. Nada mudará isso em circunstância alguma, pois esse foi o amor lançado pela Mãe Natureza quando em seu grande corpo fomos acolhidos em algum momento do tempo em nossa eternidade. Qual o valor real que há na aparência do mundo que vemos hoje? De nossa aparência no mundo que se mostra para nós agora?

Nesse labirinto existencial, consideramos a realidade apreendida por nossos sentidos e moldada pelos padrões mentais, pelos pensamentos julgadores, pelos condicionamentos comparativos e pelas normas culturais de certo ou errado, de bom ou ruim, de aceito ou não aceito - nesse imenso labirinto artificial, vivemos em busca de algo. Mas, no fundo de nosso ser e no mais elevado estágio de nossa alma, no mais amplo estado de nossa consciência pura, sabemos que não há nada a ser buscado.

Somos plenos de paz interior. É dela que brota felicidade e alegria. A questão não está em mudar a natureza de nossa existência, mas aprender como lidar com ela, sem que nos afastemos de nossa paz interior. Isso é o mais importante.

Muito do que vemos é visto pelos olhos dos outros. Sentimos pelos sentidos do mundo. Quando olhamos no espelho vemos a quem alguém quer que vejamos. Se olharmos a realidade com nossos olhos espirituais veremos que esta máscara só é usada para encenarmos o teatro ilusório do mundo material. Somos energia, som e luz sintetizadas em consciência pura e individual. Somos seres eternos e plenos de beleza, sabedoria e amor. Nossa beleza não está no que observamos ou percebemos, mas na capacidade de observar e perceber. Somos nós que lançamos a beleza na realidade. A sabedoria não está nos livros, sábios ou mestres, mas dentro de nossa simplicidade e desprendimento frente ao julgamento do mundo, cego e insensível. O amor não virá da apreciação interessada de qualquer outro indivíduo, animal ou divindade, mas de nossa entrega despojada de toda sutil hostilidade de nosso falso ego.

Quando olhamos para nós mesmos, devemos ver a composição e buscarmos o autor que compôs a obra. Como numa sinfonia, onde temos dezenas de instrumentos tocados por cada músico, sendo cada qual responsável pela obra, pela composição. Mas toda a composição dança sobre a partitura composta pelo autor. Esse autor é o verdadeiro eu. É para ele que devemos olhar. É a partir dele que devemos ouvir, perceber e viver a grande sinfonia da existência humana. A composição é a obra final - e como toda obra, tem um começo e um fim. O autor não. Ele vive independente de sua obra.

Assim, viveremos em nossa natureza de amor intenso, imaculado e incondicional. E todos os detalhes aos quais nos detivemos, foram apenas notas, tons, timbres ouvidos enquanto nossa obra existencial foi executada ao longo da vida.

Enfim, somos o Ser Consciente, ou a consciência que assiste ao observador, enquanto esse se entretem com os objetos de sua observação. Não se identifique com as características do observador, apenas tenha consciência de que ele está aí. Não se identifique com os objetos presentes no campo observado, pois o próprio observador é parte destes objetos presentes no campo consciente ou na presença do Ser Consciente. Tudo é passageiro. Apenas esteja consciente do que está em sua consciência, mas não se identifique com os objetos que passam por ela, nem mesmo com o observador que se coloca presente em sua consciência e se faz passar por você, por seu Ser Real.

 

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Ensaio é uma expressão livre de argumentos que revelem um olhar embasado, crítico e compassivo através da arte da escrita. Se algo tocou em sua semelhança, afirmo não ter sido pessoal, apenas coincidência.

Para não se sentir numa aldeia de ignorância, entre para a Escola de Yogis.

Auto-ajuda no Yoga Motivacional

Ensaio 3

Por Jayadvaita Das

Palco de Comédias no Yoga

Dentre as sátiras exotéricas que infestam o espírito de nossa época está a moderna yoga motivacional. Um empurrãozinho leve para que não nos sintamos prejudicados pelo mal posicionamento dos deuses sobre nossas cabeças? Ou uma salutar desculpa para não nos responsabilizarmos pelo que seria natural de nossa condição humana? Ou ainda, uma esquiva religiosa aos pés da bandeira do yoga, para nos proteger de nossa malevolência?

Em outras palavras, cuidado com interlocutores em pele de yogis. Mas também, pode considerar peles de santos, sábios, mendicantes, mentores e cocheiros da infantilidade barbada. Sim, conheço o trabalho de coach sérios, mas quase cem por cento ainda estão precisando de ajuda — ainda que vendam auto-ajuda.

Conhecimento é aquilo que nos conduz ao autoconhecimento, caso contrário é informação que apenas distrairá mais a rasa atenção das pessoas. O remédio que realmente ajuda é o conhecimento e não a performance de palco dos palestrantes motivacionais.

Se por um lado temos o vazio técnico que pode nos paralisar, devido à insensatez do objetivo pelo qual os pomos à prática de uma determinada técnica, de outro lado teremos o vazio semântico (podemos dizer, o vazio metafísico) que embase o motivo proposital do que fazemos ou do dizem fazer por nós.

O traje da ignorância

A verdade é que ninguém está nenhum pouco se importando com você. A menos que você seja um potencial consumidor precisando de ajuda. Somente assim notarão que você existe. Em vez disso, será somente número estatístico dos algoritmos.

É desta percepção de valor que temos, somada ao vazio semântico em que vivemos, o que nos torna vítimas fáceis dos interlocutores (enganadores) do yoga e demais seitas.

Um exemplo. Recentemente disse para uma família, que lamentava a qualidade dos estudos no colégio de seus filhos, que se eles lessem ou estudassem uma hora a mais por dia se tornariam mais inteligentes que seus professores. Riram de imediato, depois silenciaram-se por ponderação.

A raiz da realidade

No estudo sobre os Arquétipos do Yoga, constatei que o problema da desmotivação, falta de propósito e autoconfiança repousa na superficial capacidade de apreender a presença no que é a realidade. Quer dizer, a maioria de nós somente acessa o que está na superfície da realidade, sem considerar o que está regendo e estruturando nossa própria realidade. Por exemplo, colocamos o propósito em algo aparente, não em algo real. Acreditamos na impressão sobre algo, não no objeto que imprime esta sensação em nossa percepção. Buscamos por algo que ‘está lá fora’ sendo que este algo é apenas o reflexo do que há dentro de nós. 

Isto é, historicamente o ser humano nunca consumiu tanta ilusão como se fosse realidade, como se consome atualmente. Isso é o resultado de desconhecermos os elementos que estruturam a realidade em nossa consciência. Esses elementos constituem os arquétipos, mas não os arquétipos da superfície, que até os marqueteiros usam para te vender sonhos — não. Estou falando dos arquétipos constitucionais, que alimentaram mesmo a imaginação dos gregos, egípcios e demais povos antigos.

Interlocutores em pele de yogis

Por mais que pareça absurdo, hoje somos facilmente enfeitiçados pela maquiavélica persuasão de máquinas e parasitas. 

No fenomenal ambiente de ‘aprendizagem e alta cultura’ chamado tiktok, me veio um vídeo de um marqueteirozinho (que ainda mora na casa dos pais e tem quem arruma sua cama, quando acorda, depois das treze horas), onde ele revelava sua estratégia de negócios: “você entrevista seu cliente numa reunião, descobre o que ele precisa, inventa uma solução, oferece uma mentoria e fatura sem saber nada daquilo que ele precisa, e sem que ele saiba que você também não sabe nada do que está falando.” Este é o absurdo da carência humana atual.

Havendo enganados, haverão enganadores…

E ansiando por um estado de plenitude que suprima a estafa virtual, aspira-se por viver sonhos, numa realidade imediata e sem qualquer compromisso prévio ou futuro.

Nesse momento entram em cena os interlocutores do bem humano. Se algo te prende ao passado, traz sofrimentos do inconsciente ou faz emergir seus desejos mais insanos, você encontra ombro amigo em seitas freudianas. Se você precisa de um empurrão para parar de procrastinar, para não se ver sempre na derrota e para  ser alguém um pouco melhor, você pode se orientar por inventores do bem-estar, vendedores sucesso pessoal e engenheiros de metas falidas. 

Mas, se você quer viver intensamente o presente, desfrutar irrevogavelmente do aqui e agora, sem ter que lavar a louça do jantar, busque por mentoria, consultorias ou algum outro técnico do positivismo emocional e pueril para aprender a arte do carpe diem. Nada mais banal…

Portanto, não consuma o yoga motivacional, mesmo sabendo que é droga lícita. Não confie em quem vende soluções aos seus problemas, só para pagar os custos dos problemas dele. Não se aventure na densa floresta das informações, embora pareça ecologicamente correto, esta floresta é somente o pano de fundo da era das distrações. Cultive conhecimento.

Use e abuse do conhecimento como solução para se conhecer. Descarte todo e qualquer tipo de auto-ajuda. Engaje-se no autoconhecimento. Meditai e vigiai para não se corromper por pastores maquiavélicos em pele de yogi.

Mais conhecimento, menos informação.

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Ensaio é uma expressão livre de argumentos que revelem um olhar embasado, crítico e compassivo através da arte da escrita. Se algo tocou em sua semelhança, afirmo não ter sido pessoal, apenas coincidência.

Para não se sentir numa aldeia de ignorância, entre para a Escola de Yogis.

Crítica da Razão Técnica no Yoga

Ensaio 2

Por Jayadvaita Das

O Problema da Técnica

A prepotência moderna, apartada da transcendência, remonta há séculos – antes mesmo do advento viciante das redes sociais. Para tornar e manter didática esta exposição, traço uma breve reflexão a partir do ensaio crítico de Martin Heidegger sobre “a questão da técnica”.

Basicamente, neste ensaio, Heidegger demonstrará que a questão técnica foi rompida quando passou de orgânica à mecânica. Logicamente, Heidegger nunca estudou a visão metafísica do Yoga. Mesmo assim, tentarei demonstrar que, partindo do argumento de Heidegger sobre a questão da técnica, esta mesma alteração ocorre no pensamento prático do yoga, principalmente nos últimos seis séculos.

A etimologia da palavra técnica vem do técne, termo grego que designa arte, habilidade de criar o belo. Posteriormente envolveu também o conceito de poiesis, ou arte poética. Logo, técnica estaria ligada ao fazer como ato criador. O ato de criar está integrado à técnica. Mas, esta técnica nasce orgânica, inata ao ser humano, que vive e atua inserido (e consciente de sua inserção) na consciência do divino que em tudo habita. Naturalmente, a concepção grega de divindade é uma concepção empírica e difere da noção védica de divindade. Em outras palavras, podemos entender que a técnica era isenta do nebuloso ego artístico do poeta. Era dado ao homem a capacidade de criar enquanto inserido no ato, sem terceirizar ou necessitar de um intermediador, de um mecenas. Guarde bem este termo, ainda vivo e tonificado nos dias atuais: mecenas (hoje, o trêfego no mercado digital).

Paralelo à prática da técnica como atuação no processo de  compor, enquanto preservação da união homem e criador, teremos na tradição literária do yoga, a busca pela integral união homem e deus. Neste caso, em vez de compor, fazer da técnica, o homem passa apenas à contemplação estética do divino, dando a si mesmo o estatuto de deus. Ora, a ideia não altera as categorias originais e ontológicas do ser. Não é pelo fato de alguém pensar ser deus que se tornará deus.

Enquanto no ocidente o homem ruma à perfeição estética, que exigirá a eliminação de deus como objeto estético original, o que culminará na renascença, no oriente, mais especificamente na Índia, teremos a manifestação concludente de deus na arte, porém, em ambos os casos, a técnica perde sua essência de composição orgânica e se desenvolve como produção mecânica. Assim, o aspecto místico  do Yoga transita para esboço mecânico de uma autorrealização meramente de nome, ou externa, sem qualquer âmbito metafísico ou espiritual.

O artista passa a produzir arte como mercadoria, usando técnicas que exigem o objeto como algo externo a ele, o que não lhe é orgânico e natural. O homem passando ao centro humanístico torna seu mundo dividido pela realidade interior e exterior: o sujeito e o objeto; a mente e o corpo; a alma e a matéria. Diríamos, o que o mercado ditaria e o que o mecenas lhe pagaria. Para se sobrepor ao demiurgo original (proveniente da idealização platônica), a técnica passa a dar ao compositor artístico e poeta a habilidade de produzir arte e lírica tal qual o público exige e o mecenas impõe.

Neste mesmo momento, temos a efervescência corpórea do Hatha-yoga, que segue a cartilha do homem (ou do corpo) no centro do universo. Tal qual a renascença artística européia, tem-se na terra do conhecimento, a instauração da adoração ao corpo como forma e produto técnico do yoga. De certa forma, estamos falando do século quatorze, sendo portanto, ao menos no aspecto teórico e diacrônico, o Hatha-yoga o “precursor” da aura renascença no yoga, que viria a florescer em diversas regiões da Índia, ao mesmo tempo em que Florença produzia a grande arte para o mundo moderno.

Não há dúvida sobre as habilidades artísticas de Da Vinci, Michelangelo e Giotto, no entanto, habilidades estas delineadas pelo domínio técnico de produção sob encomenda, não mais sob o puro e direto ato de criador. O poeta e artista se torna um produtor. Ainda que numa configuração arcaica, temos aí o delinear da modernidade, onde a demanda por necessidades artificias se somarão à produção sob encomenda, ou seja, sob demanda dos renascentistas. Cabe ressaltar que estamos falando do início do capitalismo.

No yoga, por outro lado, o yogi se tornará um fazedor de yoga (não mais um praticante experimental), de onde veremos o apelo a outros produtos persuasivos, como sexualidade, poder místico, longevidade e exaltação corpórea. É da nascente do hatha-yoga que brotará os faquires chamadores de audiência, que a partir do século dezesseis atrairia a admiração do público geral, em ruas imundas e abarrotadas de desocupados. Porém, é deste meio confuso e caótico, que mistura exibição corpórea sobrenatural e retenção encantada da atenção de mentes subdesenvolvidas, que o ocidente importará a prática mecânica do yoga, como a mais alta cultura.

Nesse período, a técnica orgânica já fora perdida. Restando somente a mecânica que movimentaria as máquinas da revolução industrial, dando ao homem um novo status, onde ele preserva sua ilusória condição de deus, mas um deus falível e indefinível para a modernidade, como produto-homem-deus.

Embora possa parecer ficção científica, é a realidade que temos hoje diante de nossos sentidos. Quer dizer, uma perda da noção exata do que é realidade em meio à massiva ilusão.

A técnica se desdobraria até o ponto de suplantar a produção, criando uma nova condição na existência humana. A máquina, organizada dentro de técnicas precisas, passa, então, a preencher o ato humano, dando liberdade ao homem e elevando-o ao patamar de produto em que, numa lógica inversa, como numa granja industrial, o homem passa a ser alimentado continuamente por demandas artificiais, necessidades banais, expectativas improváveis e delírios virtuais numa rede de internet.

A técnica mecânica se transmuta no monstro tecnológico que abrange todo fazer, sentir e pensar humano, limitando a liberdade do homem às regras tecnocráticas de uma prisão, desde uma mera pesquisa no google até às formas de pagamento online.

Neste ponto, todas as correntes técnicas, seja das manifestações artísticas, seja das ciências argumentativas, seja das tradições do yoga, estão contaminadas pelo fazer mecânico virtualizado pelas tecnologias.

Por ironia, o termo latino virtual se refere à potência do que pode vir a existir e também à força corpórea – algo bem distinto que consumimos como virtualidade, onde simplesmente somos banidos do orgânico estado de existir e entramos no prazeroso berço do consumir, entreter e  menosprezar a atenção.

É neste meio complexo que a maior parte das pessoas fazem yoga, ou reproduzem a mecânica do yoga – aquilo que vemos mais do que experienciamos. 

Em vez de fazer, de reproduzir, deveríamos praticar (de práxis ou de practike) a experiência que extraímos no yoga. Ou seja, compor dentro de si, vivenciar dentro de si e a partir de si, a experiência viva e orgânica do yoga, abandonando a reprodução mecânica do que vemos, do que ouvimos, do que assistimos e absorvemos como se fosse yoga. Assim como existem mais caciques do que índios, no yoga, estes caciques procuram ser vociferantes papagaios que apenas repetem o que ouvem e creem, sem ao menos experienciar a natureza da alma integrada com sua divina consciência.

A reprodução do yoga, ou o yoga como produto, se refere ao fazer yoga externamente, sem imersão, sem autoconsciência, sem introspecção. É a reprodução do yoga num labirinto de espelhos, onde somente os egos se refletem e se cobiçam.

A prática orgânica segue as técnicas originas, como meio de lançar o praticante à experiência interior, desligando-se do produto yoga, das propagandas e demandas criadas para atrair novos consumidores (do yoga ou seria ioga, ou ainda ióga?). 

Ato e espírito estão juntos, organicamente (e ontologicamente). Ego e produto estão unidos mecanicamente (e fisicamente), através desta construção virtual na qual fomos lançados hoje e estamos imersos.

A questão da técnica trazida por Heidegger não está viva nos dias atuais; o que existe são apenas reproduções desse pensamento crítico, pois ele mesmo fora um reprodução técnica, cuja incapacidade metafísica o levou a considerar que a vida ou a realidade é mera linguagem. Tal equívoco cognitivo o levaria aos extremos da técnica política da Alemanha na 2ª guerra mundial – o resto já é conhecido pela história. 

Agora, para quem segue disciplinas práticas do yoga, tais questões estão ainda mais vivas, pois vivemos também num contexto onde as emoções se tornaram produto. Todos querem consumir uma técnica, um novo treinamento, uma nova experiência capaz de dar suporte aos conflitos emocionais através de reprogramações de linguagens, cuja origem de tais conflitos repousa justamente neste mecanicismo virtual, que permitimos entrar em nossas vidas, possibilitando o conforto e comodidade da tecnologia e dos aplicativos que “facilitam a vida”.

Entretanto, a lacuna que surge deste preenchimento artificial é a ignorância, capaz de criar todas as variadas formas de sofrimento humano na modernidade. Para a ignorância nem se exige técnicas. Basta ignorar que existem técnicas condicionantes moldando nossas capacidades originais.

Mais yoga, menos artificialidades.

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Ensaio é uma expressão livre de argumentos que revelem um olhar embasado, crítico e compassivo através da arte da escrita. Se algo tocou em sua semelhança, afirmo não ter sido pessoal, apenas coincidência.

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Cheiro do Yoga Pós-moderno

Ensaio 1
Por Jayadvaita Das

Marshall McLuhan não era um inveterado praticante de yoga e nem mesmo se dedicou aos estudos desta ciência. Seu campo foi das aldeias midiáticas.

Em plenos anos sessenta, suas teorias foram lançadas aos ares sem que pudéssemos definir o que seu alcance visionário geraria. Na verdade, ele não criou nada, apenas observou os delírios que teríamos, no vindouro século vinte e um, frente às mídias tecnológicas.

Mas, o que teria a ver um teórico da comunicação com a prática do yoga? Hoje, tudo.

Basicamente a ideia central da comunicação pensada por McLuhan foi de uma aldeia global onde todos estariam se comunicando, independente das condições geográficas e culturais. Num primeiro momento, podemos até considerar aspectos positivos desta visionária contribuição à moderna carência humana. Se em séculos passados tínhamos a liberdade natural de vivermos cada momento em plenitude – seja em contato com os animais, com os pés descalços à beira de um rio limpo e calmo, seja em horas de ócio, que podiam tomar o dia todo sem qualquer consequência desastrosa às postagens na timeline de nossos seguidores, que viriam a ficar frustrados com a ausência silenciosa de seus influentes oradores maquiados pelo estrelismo pueril e malévolo – hoje, fica evidente que nos escravizamos em algemas móveis conectadas aos pulsos.

A aceitação subjaz à súplica íntima, quase declamatória, com que a maioria de nós desejamos nos expor nas telas e aos olhos de outros que, sem qualquer mácula explícita, tem o magnetismo mágico da cobiça que cativa, pelas coleias invisíveis, o campo da imaginação. O que McLuhan nos escondeu se revela como jaulas, camisas de força, palco de circo ou sanatório doméstico hiper decorado, e não uma legítima aldeia virtual.

Em meio aos inúmeros dados, surgem os oportunistas de mercado digital, que veementemente, torna todos nós dignos professores, autoridades, cientistas ou artistas capazes de ensinar a transformar o mundo num passe de trágica ilusão.

A aldeia de McLuhan se tornou uma feira-livre, onde alguns vendem até a própria mãe, na sonífera expectativa de ganhar a tão famigerada fama, nos quinze minutos de Andy Warhol. 

O que poucos notaram nestes últimos anos, foi a falsa demanda criada na ideia tribalista virtual de McLuhan. Ou seja, hoje todos são gênios em potencial e ignorantes em tempo integral. Neste caldeirão canibalístico, descobrimos estarmos cada vez mais distantes das nascentes que brotam água limpa. Em outras palavras, o conhecimento foi diluído em doses tão diminutas, que a contaminação midiática torna conhecimento, veneno.

Nesta metafórica nascente do rio, podemos entender como a raiz pura do conhecimento inato, porém perdida pelo homem. A pós-modernidade foi a vitoriosa na tentativa de anular o acesso à experiência deste conhecimento, desviando-nos para o divertimento. Como se tivéssemos entregue nossas liberdades naturais, por uma suposta satisfação frutífera (talvez de uma maça envenenada) que jamais alcançaremos. Acessar este conhecimento requer conhecer-se profunda e plenamente – sem cair nas malhas de crenças sugestivas.

Autoconhecimento, na pós-modernidade, se tornou sinômino de assunção da grande tolice que impera sob o autêntico termo popular de auto-ajuda. Eis a aldeia que se transformou em circo.

O rio e sua nascente são expressões de linguagem que uso aqui para simbolizar a raiz. Do latim, raiz, ou origem, tem o mesmo radical etimológico. Quer dizer, radical não significa o que se concebe na língua inculta: radicalizar, adotar postura inflexível, fanatismo, revolução ou exotismo exibicionista e excêntrico. Não. Radical indica raiz, origem, estado inato e puro de algo. Aqui, conhecimento radical é um conhecimento não manchado, não alterado, tradicional, clássico, e muitas vezes não aceito nas aldeias virtuais de McLuhan.

A homogeneidade das redes sociais forçou com doçura a transformação de todos em seres cômicos vestidos de palha. Em outros termos, fazer comédia vestindo-se de palha é assumir o papel de palhaço. É isto que podemos assistir diariamente na redes sociais, se não tivermos um bom livro, um laser, um esporte ou satisfatória prática meditativa para bem ocupar o tempo.

O humor exalta palmas da platéia, que flui sem muito refletir. A sátira levanta questionamentos mais rentes ao nosso ego, sendo adequada à qualificada transmissão comunicativa, isto é, ensino e aprendizagem. Há uma sutileza entre o palhaço cômico, herdado dos bobos-da-corte, e o poeta que domina sua arte verbal e torna capaz as palavras se revelarem no fundo da alma, com um incômodo riso de satisfação, não de banalidade da própria existência humana, mas de revelação.

Não seria a sátira, em vez do humor, que nos conduziria à raiz do autoconhecimento? Sem dúvida que o palhaço ganha seu pão em forma de seguidores, através do entretenimento, ao passo que o sábio o faz ao transmitir conhecimento. Um senso justo que pudesse averiguar em algoritmos a predominância de ambos, nos daria uma sardônica constatação de que a atual aldeia de McLuhan é mesmo um grande circo global, onde palhaços nos fazem rir continuamente, sem que percebamos darmos amistosamente nossos cartões de crédito e atenção fidelizada.

O riso discreto que possa esta reflexão nos trazer, deve ser um ato experienciado. Vá até sua rede social preferida e veja o primeiro anúncio que aparecer. E volte aqui… era um palhaço? Era um mecânico das emoções humanas vendendo auto-ajuda? Ou era um anunciador da escatologia científica?

Creio que, sendo leitor ou leitora deste ensaio, o anúncio poderá ter conotação estilo yoga doriana.

E neste campo do yoga, temos ainda suas ramificações escolares de banalidades que potencialmente são capazes de chamar a atenção e nos entreter: (1) os super-bem humorados que se lambuzam de expressões sem graça e incensos de naftalina com esotéricos de paz e amor; (2) os sectários evangelizadores de um puritanismo ecumênico, portadores de todas as bandeiras de defesas minoritárias, que vociferam verdades somente aceitas por aqueles que cultivam informações sentados em vasos sanitários; e por fim, (3) aqueles que dominam a arte circense do contorcionismo, a comédia grega do hedonismo, a beleza latina da corporalitas e daqueles que apreciam a vida mítica de Narciso.

Esta é a aldeia que nos cerca. Uma aldeia onde se comunica mais informações e menos conhecimento. E na aldeia tribalista de guruísmos, impera ainda a triste certeza de que conhecimento, verdade, estado absoluto de consciência ou até mesmo a concepção teísta da realidade, soa absurdo. Mais yoga, menos inteligência artificial.

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Vídeo deste ensaio no YouTube.

Podcast deste episódio.

Ensaio é uma expressão livre de argumentos que revelem um olhar embasado, crítico e compassivo através da arte da escrita. Se algo tocou em sua semelhança, afirmo não ter sido pessoal, apenas coincidência.

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7 Códigos Práticos do Yoga-sutra

Como aplicar na prática conceitos apresentados há mais de dois mil anos?

Se um conceito baseado em conhecimento é válido, o tempo não o reduzirá ao esquecimento ou à impraticabilidade.

Isto é o que ocorre com obras literárias ancestrais do Yoga. É comum encontrar alunos estudiosos que sentem a barreira de se depar diante de conceitos metafísicos. É natural. Mas, precisamos romper esta barreira, pois a partir daí novos horizontes de significado se abrirão.

Vivemos um momento de redescoberta do ser humano…

E você pode notar isso na enxurrada de propaganda para autoajuda nas redes sociais. No entanto, isso não é um problema – somente não resolve o verdadeiro problema.

No passado remoto os yogis estudavam e aplicavam na prática o conhecimento sobre a natureza humana e espiritual. Os principais textos do Yoga nasceram destas reflexões profundas. Não nasceram em laboratórios ou centros de pesquisas acadêmicas. Textos como Bhagavad-gita e Yoga-sutra, Upanishad e Vedanta afloraram da visão mística oriunda da prática de yogis em plena absorção.

Naturalmente este tipo de mística não tem relação com o misticismo raso que se difunde atualmente. Ao contrário, a mística dos yogis constituía-se da base científica daqueles tempos – e que hoje, com o avanço da neurociência e abordagens mais precisas, têm se validado tais conceitos como ciência védica, a qual embasa parte da ciência contemporânea.

Você não precisa se tornar cientista ou filósofo para entender o sentido destes textos.

Porém, se faz necessário meios didáticos e práticos que não desviem a essência de sua aplicação.

Depois de cursar inúmeros estudos disponíveis em português e inglês, constatei a barreira metodológica de delicado apego religioso e sectário dado por seus interlocutores, isto é, professores e produtores de conteúdo digital (Patañjali teria seus vrttis agitados neste momento mais virtual que virtuoso…).

Diante dessa barreira, encarei o desafio de oferecer a Imersão no Yoga-sutra. O material didático teve com base um trabalho realizado por Swami Jnaneshvara Bharati. Usei este material e apliquei uma linguagem mais clara e atual de nossa realidade. O resultado são os 7 Códigos Práticos do Yoga-sutra.

São 4 Aulas onde traçarei os códigos conceituais do Yoga-sutra para um simples e direto entendimento prático. Você aplicará estes conceitos milenares do Yoga-sutra mesmo que não pratique e nem deseje práticas posturas do Yoga. Aliás, a principal marca do Yoga-sutra está no desenvolvimento psíquico, comportamental e da neuroquímica emocional.

Este estudo estará disponível para você em detalhes que ajudarão na compreensão da obra e da prática de Yoga como ele é. Você pode participar das aulas nos dias 10, 11, 12 e 13 de Maio ao vivo ou ter acesso às aulas gravadas. Para isto, inscreva-se e receba o cronograma, link e material didático das aulas. Nos encontramos na Imersão do Yoga-sutra.

O Poder da Respiração na Redução do Estresse

Uso da Respiração na Redução dos Sintomas do Estresse

Uso da Respiração na Redução dos Sintomas do Estresse

 

Desde que iniciei na prática do Yoga, a meditação e as técnicas respiratórias foi o que mais definiu minha experiência com a prática. Compartilho com você um pouco de minha paixão no Yoga. 

Como professor e praticante de Yoga há mais de 25 anos, busco a integração de consciência mente-corpo e isso tem mudando minha  vida ao longo dos anos. A primeira mudança veio de ter aprendido a respirar mais lenta e profundamente, o que me ajudou a ter acesso a um estado de calma mesmo nos momentos de estresse – quando mais precisamos. Outro fator marcante foi ter me ajudado a concentrar-me no que mais importa no momento e a largar as coisas que não são tão relevantes. Isso parece fácil, mas exige uma consciência focada nas atividades que realmente estamos realizando e distinguindo daquelas que estamos apenas pensando. É como separar as ações propriamente ditas das ações imaginárias.

Tendo acumulado experiências práticas com centenas de alunos, escrito vários artigos e um livro sobre pranayamas, e ainda por ter realizado dezenas de seminários sobre os benefícios das técnicas respiratórias do Yoga, assumi o compromisso de te ensinar a respirar adequadamente para que possa desintoxicar seu organismo, seu cérebro e sua mente do acúmulo de estresse.

Na verdade, tenho recebido centenas de emails pedindo indicação e orientações sobre prática de Yoga para ansiedade. Agora, sendo muito sincero, as técnicas respiratórias são mais rápidas e eficazes, além de ter bem menos restrições do que as técnicas posturais o Yoga. 

Se você precisar e quer conhecer o segredo das principais técnicas respiratórias no combate ao estresse, conheça O Poder da Respiração na Redução do Estresse neste link.

Você terá uma clara compreensão do que as técnicas de respiração podem trazer a você na gestão da ansiedade e alivio dos sintomas de estresse. Para isso, preciso falar brevemente sobre o que compõe as técnicas respiratórias do Yoga.

Sobre a natureza da vitalidade 

Prana é a palavra sânscrita para a ideia de força da vida, aquilo que nos anima. Ayama significa alongar, expandir, ou prolongar. Desse modo, pranayama é a prática que possibilita controlar e prolongar a os ciclos da respiração, de modo a desenvolver  uma consciência do fluxo de energia vital através dos canais vitais do corpo físico e de seu impacto no estado mental, ou seja, no resultado de calma e serenidade que a respiração controlada e expandida proporciona. Toda palavra em si tem uma qualidade viva – como uma onda que se move através da água ou do ar que viaja através do corpo. Logo, o som é uma energia vibrada a partir do prana. Podemos entender que existe um manancial inesgotável desta energia sendo manifesta pela matriz primal, isto é, do Ser Supremo, aquele que vivifica tudo o que existe.

Assim, pranayama pode ser praticado em qualquer lugar e por qualquer pessoa – desde que mantenha uma cautela em relação ao ritmo e intensidade desta prática, pois em algumas técnicas veremos a produção de calor no corpo, devido ao fluxo intenso da passagem de ar (ou prana em sua constituição física), o que pode alterar a pressão sanguínea e gerar mal estar para cardíacos e hipertensos, por exemplo. 

Embora existam diversos estilos e técnicas, todos preservam o mesmo objetivo: facilitar a tomada consciência respiratória do praticante, dando a ele condições de aprimorar a atenção no controlar do fluxo respiratório, que lhe trará melhores condições de saúde e bem-estar.

Esse é o motivo pelo qual podemos considerar os pranayamas como a arte yogica de respirar. Talvez você já tenha ouvido sobre pranayama em aulas de estúdio, ou talvez a tenha visto ou mesmo praticado numa aula de yoga. Mas, pode ter certeza de que quanto mais sabemos sobre os pranayamas, mais conseguimos explorar da experiência e seus benefícios.

 

A prática essencial do Yoga 

O pranayama é parte integrante da prática de Yoga. Corresponde à ponte entre os asanas (as posturas físicas) e a meditação. É a forma como ligamos os nossos movimentos à nossa respiração. Essa ligação nos permite entrar em nosso íntimo e ao mesmo tempo alimentar o corpo com mais oxigênio. Esta ligação entre respiração e movimento também nos ajuda a desintoxicar os diversos sistemas do corpo consumidos pelo estresse. Quando nos estressamos, tendemos a suspender a respiração, provocando ainda mais tensão no corpo e na vibração da mente. Quando conseguimos respirar profundamente, colocando atenção em cada movimento reparatório, começamos a eliminar a energia de estresse junto à tensão acumulada no corpo.

Esta prática milenar tem sido utilizada frequentemente por terapeutas e médicos devido às propriedades terapêuticas que tais técnicas geram. Em um estudo da Harvard Medical School, o pranayama melhora a concentração, a capacidade de atenção, a memória e a velocidade de processamento cognitivo. Comparando com as condições cotidianas da vida moderna, podemos entender facilmente o quanto é necessário dominarmos ao menos uma pequena parcela destas técnicas.  

A vida pode ser estressante, pois é fácil nos prendermos a tudo isto sem nem mesmo nos darmos conta. Quando notamos já nos sentimos ansiosos e tensos sem sabermos o porquê. Para evitar estas surpresas desagradáveis, podemos nos valer de meios que nos possibilite desligar a tomada do estresse e da ansiedade presentes na vida cotidiana. E isto não é difícil. Só envolve a vontade de aprender e começar a respirar corretamente.

Tire um momento para observar sua respiração. Perceba se está respirando de forma curta e rápida. Se estiver, simplesmente procure  respirar mais amplo, expandido e profundo. Sentirá de início como se seus pulmões não suportassem esta sobrecarga de oxigênio, mas não se acanhe. Esta sensação equivale aos exercícios de peso, quando seus músculos começam a indicar cansaço. Ao contrário, seus pulmões não estão fadigas, mas sedentários devido ao longo período de respiração curta e incorreta.

 

Comece a praticar hoje mesmo

Passe a praticar pelo menos 5 a 15 minutos diariamente com este foco de expandir o volume pulmonar enquanto respira. Faça este exercício principalmente se perceber que precisa se acalmar. Este é o melhor momento para você experimentar e constatar o efeito da respiração consciente sobre seu estado mental. 

Aprender a gerir a respiração através do pranayama lhe causará um enorme impacto, pois verá que é capaz de acalmar seu nervosismo e reduzir as hormônios de estresse acumulados em seu corpo.

No Workshop, apresentarei três técnicas simples e eficazes que poderão ser usadas como antídoto para o estresse. Estas técnicas te ajudarão a acalmar a mente e reduzir preocupações. Se estiver pronto para experimentar o que o pranayama pode fazer por você, junte-se a nós.

A história do yoga narrada como fantasia

Veracidade no Conhecimento 

Sabe-se da atração que impera na mente humana por questões misteriosas e até sombrias. Sabe-se também da intenção manipuladora presente na ação de pessoas de má índole. O que geralmente não se sabe (ou esconde-se) é da presença destas forças na disseminação e implantação da filosofia do yoga ao redor do mundo.

Parte 2 – Constate, antes de depositar sua fé

É um fato que a crise espiritual torna possível a implantação de crendices e idolatria de elementos díspares daqueles que, originalmente, conduzem a alma humana à sua realização espiritual. Em tratados literários como Bhagavad-gita e Yoga-sutra, vemos claramente o objetivo do processo de yoga: liberação dos condicionamentos gerados pela identificação ilusória da realidade sensorial e perceptível. De modo simples, a filosofia do yoga visa promover a liberdade da alma (kaivalya).

No entanto, quando vivemos em um mundo interconectado, repleto de promessas e distrações, torna-se fácil oferecer atrativos efêmeros. Se, paralelo a isto estabelece-se um sistema de orientação, educação e conhecimento engenhosamente moldado para fins que não cumpram com o verdadeiro sentido do que se considera conhecimento, as pessoas destituídas de premissas e parâmetros de avaliação aceitam a ignorância como conhecimento absoluto.

Lapidando o significado

É importante entender o significado de certos termos como conhecimento e absoluto. Ambas são palavras deterioradas historicamente pelo uso e aplicação semântica na sociedade ao longo dos séculos. Por exemplo, quem define o conceito de conhecimento é algum órgão de poder. Este mesmo órgão de poder define padrões relativos que destroem a noção de absoluto ou, quando possível definem absoluto o seu próprio poder. Isto é muito comum nos sistemas de poder político – aliás, é sua maior força.

Mas, voltamos aos conceitos. Conhecimento deriva da palavra sânscrita vidya. Esta mesma raiz dará o conceito de Veda, ou base do conhecimento sobre tudo que esteja no campo físico e no campo metafísico. Assim, conhecimento verdadeiro não é parcial. O conceito original de conhecimento está diretamente atrelado à ideia de absoluto, pois o conhecendo provém de uma fonte absoluta. A ideia de um iluminismo proveniente da razão humana que nega um antecedente original ou transcendente é uma grande falácia para encobrir sua alegoria oposta: a escuridão.

Escuridão é sinômino de ignorância. Na mesma língua sânscrita, ignorância significa avidya, ou seja, a ausência de conhecimento. Sem conhecimento, tudo é relativo e impossível de se compreender um princípio absoluto na realidade. O que vemos aqui é uma dualidade. Conhecimento x ignorância. Relativo x absoluto. Do relativo só podemos extrair ignorância, ou conhecimento parcial, condicionante. O conhecimento provém do absoluto e, por isto, o conhecimento tem como finalidade dar luz sobre o Absoluto à consciência humana.

Em outras palavras, o conhecimento é o que nos conduz ao objeto do conhecimento, ao conhecível. Isto é, o Absoluto.  

A fé no relativismo

Quando se elimina as vias do conhecimento real da filosofia do yoga, e se delimita interpretações escusas, lança-se bases para experiências moldadas num relativismo estéril e árido à consciência. Desse modo, constrói-se uma nova religiosidade espiritualista relativista onde não haverá predominância de valores, mas a degradação dos mesmos.

Esta construção torna-se possível devido ao direcionamento dado às doutrinas do yoga como novas alternativas à crise espiritual. Assim se pauta as teorias da Nova Era. O problema básico nisto é sua completa ausência do conhecimento absoluto e sua tentativa de definir a crise espiritual como uma crise religiosa, o que torna fácil e simples implantar o yoga como uma fé que substituirá a religião, sanando a crise espiritual.

O fato é que já sabemos dos prejuízos trazidos pelo uso da religião como instrumentos políticos ou ideológicos. Logo, sabemos que a implantação deste método na cultura do yoga foi o responsável por destruir ou encobrir o verdadeiro objetivo do yoga: liberar o ser humano de todo condicionamento ilusório. 

A questão é: a arma implantada ao longo da história foi fantasiar e iludir o ser humano. Vale lembrar que, no Bhagavad-gita (4.42) Krishna instrui Arjuna armar-se com o conhecimento do yoga e lutar.

A verdadeira luta

Parece contraditório pensamos em paz, equilíbrio e igualdade atrelado a uma luta através do yoga. Mas, assim como negar a existência de princípios absolutos, negar ao yoga a atuação em luta, faz parte da mesma narrativa fantasiosa contada ao ser humano em sua ignorante escravidão.

Quando pensamos que o inimigo não existe, ele já está dentro de nós. É dentro de nossa mente que se efetua a grande batalha no momento atual. Esta é uma característica da atual Era de Kali, a era das desavenças e hipocrisia. A luta é contra a ignorância e a arma é o conhecimento absoluto. Esta é a síntese do Bhagavad-gita: lute contra a forte identificação na ilusão de Maya.

Dualidade na unicidade

Certamente, a maior ruptura filosófica na tradição do yoga foi a interpretação do absoluto na visão de Sankaracarya (700 d.C). Sua concepção monista da realidade negou por completo a individualidade da alma e estabeleceu sua unidade com o Ser Absoluto. Entretanto, esta é uma compreensão parcial do todo, uma visão relativista do Absoluto, pois nos tratados dos Vedas evidencia-se que a compreensão de unidade (onipresença) é parcial e incompleta, se não acrescidos outros dois aspectos do Absoluto (onisciência e onipotência). Mesmo assim, ela foi absorvida e usada como principal instrumento de divulgação doutrinária do yoga pelo mundo, desde então.

Mas, que relação teria esta doutrina com as questões da fé? Todas, pois embasa a noção equivocada de relativização do Ser Absoluto e do próprio ser humano, quando na verdade, a alma é eternamente um princípio uno (individual e imutável) em relacionamento com Deus; daí tem-se a noção correta de dualidade: o ser e Deus são distintos em proporções de personalidades e unos em qualidades constituintes.

Este é o pilar erigido sob o pseudo conhecimento do yoga, um conhecimento parcial. Porém, suas consequências foram drásticas e permitiram a conversão de uma filosofia em uma falsa religiosidade espiritualista universal. Basta ponderar sobre o irônico “dia internacional do yoga”, proposto pela O.N.U.

Existem resquícios deste mesmo modelo de pensamento doutrinal em praticamente todas as antigas civilizações (egípcia, mesopotâmica, persa) expulsas do continente de Bharata Varsa. Isto, historicamente antes mesmo do nascimento de Sankaracarya. Quer dizer, todas as deturpações, doutrinamento e ilusão imposta à humanidade repousa na compressão parcial da verdade presente no conhecimento absoluto.

Trataremos mais sobre este assunto no próximo texto.

Conhecimento Védico do Yoga

Arqueologia do Yoga e o contraste do conhecimento Védico

Tenho dezenas de textos escritos em artigos e material didático dos cursos oferecidos em mais de 20 anos. Sempre trouxe um olhar crítico sobre a deturpação dos princípios e fundamentos essenciais do conhecimento védico no yoga. Hoje, isto se mostra urgente.

Por este motivo, elaborei uma série de artigos curtos, porém diretos no ponto central desta questão. Até quando você irá aceitar as mentiras mal contadas sobre yoga, meditação e conhecimento védico?

Neste primeiro texto, quero que você perceba o quanto de manipulação foi criado sobre este tema. O que chega até nossa tela após uma pesquisa rápida? o que ouvimos de pretensos mestres do yoga? o que devotamos às religiões da Nova Era com base no yoga? 

Chegou a hora de desmascaramos toda mentira chamada yoga. Chegou o momento de você resgatar sua autenticidade, integridade e identidade. Somente a veracidade está aliada nisto.

Parte 1 / Não confie, verifique

Quanto mais evoluímos em termos tecnológicos, mais distante ficamos dos referentes filosóficos essenciais da vida. Mesmo em aspectos práticos, a vida moderna se fez complexa ainda que exaltada com ares de simplicidade, leveza e praticidade. Vide a idolatria por “gênios” tecnológicos e suas indispensáveis invenções para a sociedade atual.

Seria seguro confiarmos tanto nesta tecnocracia? Ao menos, verifique a autenticidade desta suposta divindade.

Apenas para traçarmos um parâmetro básico, suponhamos que alguém vá até o google para pesquisar sobre o termo yoga. Encontrará milhares de sites, blogs, matérias em texto, video, imagens. Suponhamos que, com alguma habilidade consiga filtrar informações de sites feios, mal formatados, layout ultrapassado, pouco amigáveis. E pronto, já teria uma lista ainda infindável de sites bonitos, com estética funcional, otimizada por buscadores, rastreadores, campanhas de tráfego e forte marketing digital para vendas e cadastro de clientes esfomeados por “conhecimento”. Numa avaliação crítica, agora ele aplicaria sua capacidade de validar o conteúdo. Certamente, por ter pouca familiaridade com os termos, elencará alguns links para compartilhar com um amigo que saiba avaliar qual o melhor conteúdo para aquisição de conhecimento. Dado aceno verídico por uma autoridade que diga ‘este é muito bom!’, nosso personagem acessará finalmente o conhecimento que tanto buscava. Porém, outras e outras camadas ainda se sobrepõe, se enviesam, se ‘textualizam’. Isto, quase que infindavelmente.

Veja, podemos destacar aqui algumas camadas bem superficiais:

  • Instrumento de busca
  • Termo de busca
  • Conteúdo da busca
  • Aparência do conteúdo da busca
  • Elemento aparente do conteúdo da busca
  • Ferramenta de venda do conteúdo da busca
  • Aderência ao produto do conteúdo da busca
  • Seleção do conteúdo da busca
  • Validação do conteúdo da busca
  • Desativação crítica e absorção do conteúdo da busca

Parece simples, mas são camadas que se articulam na mente até que acessemos a informação, não o conhecimento.

Diríamos que este é o primeiro nível destas camadas. Uma primeira dimensão entre o sujeito buscador e o objeto da busca: o conhecimento. A questão mais importante será: quem desenhou, construiu e disponibilizou (ou transmitiu) este objeto da busca, ou conhecimento?

A grande isca

Em meio ao desencanto para o qual a humanidade rumou ao longo de mais de cinco mil anos, é natural que surjam anseios profundos da alma. No entanto, estes anseios somente podem ser sanados com conhecimento válido e não com informações desconectas.

O acúmulo de informações, livros, mestres e seitas que vieram em socorro aos anseios mais profundos dos seres humanos nos últimos dois mil anos, supera em muito a capacidade de preservar a clareza discriminativa daquele que busca por solucionar os mesmos anseios. Ou seja, o ser humano cai vítima daquilo que supunha o salvar.

Com a tecnologia e o arauto da tecnocracia, o homem delega a qualquer outra entidade o seu socorro, seja político, ideológico, fé inoperante ou cientificismo. Infelizmente, o mesmo processo ocorre no yoga. Quando se pensa ter alcançado uma fonte original, saiba que ela já passou por inúmeras camadas de modificação semântica, desde base linguistica durante o processo de tradução até alterações filosóficas relevantes. Tudo para desviar o ser humano do verdadeiro acesso ao conhecimento. O que se consome do yoga desde a idade média é meramente uma vertigem, uma miragem que se retroalimenta da inocência e ignorância do homem em crise.

Mas, qual é esta crise?

A verdadeira e única crise que realmente assola a alma humana é a crise espiritual. É uma crise que acompanha o homem desde sempre… será? Não, é uma crise criada. Desde que passamos a acreditar nas mentiras sobre a desconexão de nossa alma com a alma suprema. Porém, esta mentira não foi estabelecida nos últimos séculos, mas há mais de cinco mil anos.

O surgimento de civilizações legou também a ruptura do homem com o conhecimento original. O soterramento cognitivo, o afogamento em crenças infundadas e o entorpecimento mágico de culturas obscuras ampliou ainda mais os sinais da crise espiritual humana.

Uma arqueologia proibida

Primeiro de tudo: descarte as teorias evolucionistas. Descarte as verdades acadêmicas de história humana e sua previsível origem egípcia. Descarte a mentira de alguns milhões de anos. Passe a ver a história humana num raio de 2 bilhões de anos. Loucura? Não, comprovações científicas de objetos encontrados revelaram, com técnicas de Carbono 14, o que anunciara os Vedas.

Neste lastro de tempo é que se encontram as bases do yoga védico. Onde não haviam vestígios do desligamento da alma humana com a alma suprema. Ou seja, não havia crise espiritual.

Pode-se até argumentar que seriam condições primitivas as que rondavam a consciência desta humanidade pré-histórica. Mas, as terminologias pré e histórica foram dadas por homens da posteridade. Tais termos não denotam apenas a ignorância em relação ao objeto de estudo, senão que revela também a intensão maléfica de encobrir uma verdade.

O que historicamente se conhece como Iluminismo é na verdade um direcionamento da atenção sobre o que era tematicamente conveniente ao poder. Isto é, iluminar ou lançar o foco de luz e atenção para onde a humanidade deve ser dirigida e assim, controlada. Tal apogeu deste pensamento será revelado durante a colonização britânica e a Companhia das Índias. Entretanto, colonizações e exploração do conhecimento védico ocorre desde o fortalecimento do império Persa, em territórios que hoje geograficamente temos o continente da Índia.

Portanto, quando alguém busca o termo yoga no google, desconsidera todas as ilimitadas camadas de interferência existente entre ele e o objeto do conhecimento buscado. Então, te pergunto: qual o nível de mentira você consome como yoga?

Por Jayadvaita Das

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Se você quer bases teóricas e científicas para o conteúdo deste texto, sugiro:

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A dimensão energética do Yoga

 

A teoria dos Chakras sempre atraí a atenção do público por suas características místicas e por seu apelo levemente misterioso. Desde a antiguidade, os Chakras despertam a o interesse da humanidade e impulsionou a saga de alquimistas, de místicos judeus, de sacerdotes egípcios e de hatha-yogis. Agora, qual é a verdade por trás dos Chakras?

Devido à inocência geral que há em relação a este tema, muitos pretensos mestres exploram falsas crenças ou manipulam o comportamento de seus seguidores. No entanto, predomina uma consistente ciência da Anatomia Sutil do corpo. É nela que encontramos tanto a estrutura energética do corpo fisico como também outras camadas definidas pelo que é conhecido como Koshas, ou camadas de consciência que envolvem ser (self). Além desta, os nadis (canais de energia sutil) e os prana-vayus,

Em outras palavras, a teoria dos Chakras é repleta de simbologia que envolve dimensões psicológicas e funcionais nos diversos sistemas fisiológicos do corpo. Entender esta estrutura sutil é uma chave para adentrar outros níveis da prática de yoga e explorar aplicações terapêuticas fundamentadas.

Neste vídeo, trazemos uma breve descrição sobre a anatomia sutil dos sistemas energéticos do corpo humano na visão do Yoga.

Os chakras não se limitam aos floreios e ufanismos místicos de mestres mau intencionados ou de especuladores teosóficos. Apesar de estar fundamentada como ciência védica em escrituras como Svetasvatara Upanishad e Katha Upanishad, este conhecimento vai de encontro ao religioso cientificismo que impera a razão contemporânea.

Portanto, considere este vídeo como um ponto introdutório para uma nova compreensão sobre o tema dos chakras.

Até breve.